sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Avanços no Tratamento da Enxaqueca em 2018


O desenvolvimento e a introdução no mercado dos anticorpos monoclonais contra o CGRP ou contra o seu receptor constituem os avanços mais importantes no tratamento da enxaqueca durante décadas.
Três ensaios clínicos de fase 3, controlados por placebo, aleatorizados e em dupla ocultação, comprovaram a segurança e eficácia desta nova classe de fármacos.
Com base nos perfis positivos de segurança, tolerabilidade e eficácia destes anticorpos monoclonais contra o CGRP (fremanezumabe e galcanezumabe) ou contra o seu receptor (erenumabe) receberam a aprovação para o tratamento preventivo da enxaqueca nos adultos pela US Food and Drug Administration (FDA) e pela European Medicines Agency (EMA). Especificamente a FDA e a EMA aprovaram a injecção subcutânea mensal de 70 e 140 mg de erenumabe; a FDA aprovou a injecção subcutânea de fremanezumabe, 225 mg mensal ou 675 mg trimestral; por fim a FDA aprovou o galcanezumabe na dose mensal de 120 mg.
Estão a decorrer estudos investigando os anticorpos monoclonais contra o CGRP em doentes com cefaleia em salvas, devendo durante o ano de 2019 ser estabelecida a sua eficácia.

terça-feira, 12 de junho de 2018



FDA e EMA aprovam novo tratamento preventivo para a enxaqueca




A Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos da América, aprovou no dia 18 de Maio do corrente ano o AimovigR (erenumab) para o tratamento preventivo da enxaqueca nos adultos. O tratamento é auto-administrado uma vez por mês. É o primeiro tratamento preventivo de uma nova classe de substâncias que actuam bloqueando o CGRP (calcitonin gene-related peptide, uma molécula envolvida nas crises de enxaqueca) a ser aprovado pela FDA. Este medicamento proporciona aos doentes uma nova opção para reduzir o número de dias com enxaqueca. Os efeitos indesejáveis mais comuns nos ensaios realizados, foram dor no local da injecção, obstipação, espasmos musculares e prirudo.
A 31 de Maio o Committee for Medicinal Products for Human Use (CHMP), organismo da Eeuropean Medicines Agency (EMA) na Europa, recomendou a concessão de autorização de marketing para o AimovigR (erenumab). Estará disponível em solução de 70mg e estará indicado na profilaxia da enxaqueca em adultos que tenham pelo menos 4 dias com enxaqueca por mês.

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Enxaqueca. novidades na terapêutica em 2017


A enxaqueca é a principal causa de incapacidade neurológica no mundo, sendo também uma das cinco principais causas de incapacidade a longo prazo. O sucesso dos tratamentos disponíveis é limitado pela eficácia inadequada, pelos efeitos adversos e pela má aderência dos doentes. Além disso, os medicamentos disponíveis para a profilaxia (em que se incluem anti-epilépticos, beta-bloqueantes e antidepressivos) não são específicos para a enxaqueca.
Uma nova etapa no tratamento da enxaqueca está a surgir com o rápido desenvolvimento de novos medicamentos específicos para a enxaqueca, para prevenção ou tratamento das crises. Estes novos medicamentos actuam num único alvo, o neuropeptídeo CGRP (calcitonin gene-related peptide). O ubrogepant é um antagonista dos receptores do CGRP, é administrado por via oral e está a ser desenvolvido para actuar nas crises. Outros medicamentos estão a ser desenvolvidos para a prevenção das crises em doentes com enxaqueca episódica (4 a 14 dias com crises por mês) ou com enxaqueca crónica (15 ou mais dias com crises por mês). Estes medicamentos profilácticos são anticorpos monoclonais que actuam na molécula do CGRP (eptinezumab, fremanezumab e galcanezumab) ou no seu receptor (erenumab). Estes cinco medicamentos estão a ser sujeitos a ensaios de fase 3, tendo sido feita a actualização dos ensaios publicados no 18º Congresso da International Headache Society, que se realizou em Setembro transacto, em Vancouver, no Canadá. Foram reportados resultados positivos, com uma redução significativa dos dias com enxaqueca e um perfil de tolerabilidade e segurança semelhantes ao placebo. O erenumab está a ser avaliado pela FDA (Food and Drug Administration) e pela EMA (European Medicines Agency) para autorização de comercialização, esperando-se que outros o venham igualmente a ser. É muito provável que estes novos medicamentos estejam no mercado dentro de 1 a 2 anos.