quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Enxaqueca - Perguntas frequentes


P: O que é a enxaqueca? Quais as suas causas e qual o tratamento?
R: Geralmente a cefaleia (dor de cabeça) começa como uma dor surda, passando posteriormente a uma dor pulsátil (latejante) mas têmporas, bem como na frente ou na parte de trás da cabeça, de um ou dos dois lados. A dor geralmente é acompanhada de náuseas (enjoos), vómitos e aumento da sensibilidade à luz e aos sons. Cerca de 15% das pessoas com enxaqueca têm aura antes da crise. A enxaqueca em si própria é uma doença, não sendo consequência de outras. O tratamento inclui medidas farmacológicas e não farmacológicas, como a actividade física.

P: O que é a aura?
R: Cerca de 15-20% das pessoas com enxaqueca têm “aura”, que é um conjunto de sintomas que geralmente ocorre antes da dor com origem no cérebro. Podem consistir em linhas onduladas ou denteadas, pontos luminosos, visão em túnel ou manchas cegas num ou nos dois olhos. A aura pode incluir alucinações visuais ou auditivas; podem ainda surgir alterações do olfacto como cheiros estranhos. Podem ainda surgir alterações da sensibilidade e perturbações da linguagem como dificuldade em encontrar a palavra correcta. A aura tem geralmente uma duração inferior a 60 minutos e desaparece à medida que a dor se desenvolve.

P: O que é um factor desencadeante?
R: Certos factores físicos ou ambientais, como alguns alimentos, alterações hormonais, alterações climatéricas e stress podem desencadear uma crise de enxaqueca (e não ser a sua causa!). É importante realçar que os factores desencadeantes não são iguais para todas as pessoas, pelo que deverão ser anotados no diário das crises.

P: O clima afecta a enxaqueca?
R: O sol brilhante, o calor, a humidade e as mudanças drásticas na pressão atmosférica podem desencadear nalgumas pessoas crises de enxaqueca.

P: Qual a relação entre enxaqueca e hormonas?
R: As hormonas iniciam e regulam muitas das funções do nosso corpo. Quando os níveis hormonais se alteram, como na menstruação, gravidez e menopausa, poderão ser desencadeadas crises de enxaqueca. De facto, 3 em cada 4 senhoras com enxaqueca afirmam que as crises estão relacionadas com o período menstrual.


P: As pessoas com enxaqueca têm um risco acrescido de acidentes vasculares cerebrais (AVC)?
R: Apesar de por vezes alguns doentes no decurso de uma crise de enxaqueca terem medo de ter tido um AVC, a probabilidade de a enxaqueca ser causa de AVC é muito remota. Em pessoas com menos de 40 anos, a enxaqueca é dos principais factores de risco para AVC. No decurso da vida, a enxaqueca está associada a um reduzido risco de morrer por AVC.

P: Que tratamentos existem para tratar uma crise de enxaqueca?
R: Para tratar as crises de enxaqueca empregam-se geralmente medicamentos de venda livre como o ácido acetilsalicílico, o paracetamol e o ibuprofeno, e medicamentos específicos (sujeitos a receita médica) como a ergotamina e ps triptanos. Deverão evitar-se medicamentos que contenham associações.

P: O que são triptanos?
R: Os triptanos são uma nova de classe de medicamentos específicos para o tratamento das crises de enxaqueca. Para além de serem vasoconstritores, participam na modulação de algumas reações químicas no cérebro. Os triptanos actuam em receptores do cérebro, contribuindo para restaurar os níveis de serotonina. Os níveis deste neurotransmissor encontram-se alterados nas crises de enxaqueca.

P: Os “OTC” (medicamentos de venda livre) são eficazes na enxaqueca?
R: Alguns medicamentos de venda livre poderão ser eficazes no tratamento de algumas crises de enxaqueca, particularmente as crises ligeiras a moderadas. Contudo, o médico assistente deverá ser consultado antes de se iniciar qualquer regime para tratar as crises de enxaqueca.

P: O que é a medicação preventiva para a enxaqueca?
R: A medicação preventiva ou profilática é utilizada para reduzir a frequência, intensidade e duração das crises de enxaqueca. A maioria dos medicamentos utilizados foram inicialmente desenvolvidos para tratar outras doenças como a epilepsia, a depressão e a hipertensão arterial.

P: Qual o papel das terapêuticas não convencionais no tratamento da enxaqueca?
R: Algumas destas terapêuticas são úteis nalguns doentes, como por exemplo a acunpuntura e o yoga. De acordo com as normas de orientação da AAN (Academia Americana de Neurologia) são úteis na prevenção da enxaqueca a matricária, a riboflavina, o magnésio e a “Butterbur” (Petasites hybridus).


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