Evidence-based guideline
update: Pharmacologic treatment for episodic migraine prevention in adults:
Report of the Quality Standards Subcommittee of the American Academy of
Neurology and the American Headache Society
Na 64ª Reunião da American
Academy of Neurology, que decorreu em Abril passado, em Nova Orleães, foi
apresentada a última revisão das Recomendações sobre a terapêutica
farmacológica na prevenção da enxaqueca episódica em adultos, uma realização
conjunta da American Academy of Neurology e da American Headache Society.
As maiores alterações foram a
introdução do topiramato (um neuromodulador, utilizado também no tratamento
preventivo da epilepsia) no nível A
de evidência (agentes considerados eficazes na prevenção da enxaqueca). A gabapentina
(outro neuromodulador), o verapamil e outros antagonistas dos canais de cálcio
passaram para o nível U, ou seja,
sem evidência sufciente para refutar ou suportar a sua utilização. Nas
Recomendações anteriores, publicadas em 2000 o topiramato era de nível B (agentes possivelmente eficazes na
prevenção da enxaqueca), pois os dados então disponíveis eram insuficientes.
Um segundo documento analisa
separadamente o papel dos anti-inflamatórios não esteróides e das terapêuticas
não convencionais na prevenção da enxaqueca episódica em adultos. A “feverfew”
(Tenacetum parthanium, em português
matricária), a riboflavina ou vitamina B2 e o magnésio, têm continuado a serem
estudados especificamente na enxaqueca e mantêm-se no nível B. Surpreendente foi a introdução do “butterbur”
(um extracto das raízes da Petasites
hybridus) no nível A de eficácia,
ou seja, os 3 estudos realizados demonstraram uma eficácia superior deste
agente fitoterapêutico a muitos dos medicamentos actualmente prescritos. Isto
mostra o espírito aberto e pioneiro dos neurologistas que lutam para obter a
melhor evidência possível nesta área terapêutica.
Por fim importa referir que a
prevalência da enxaqueca é cerca de 12%, ou seja 1.200.000 de portugueses. Destes,
estima-se que cerca de 38% beneficiariam com terapêutica preventiva, mas só
3-13% é que a recebem.
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