segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Enxaqueca: algumas novidades em 2016


Um importante estudo epidemiológico baseado no “Nurse's Health Study”, englobou 116470 enfermeiras, tendo 17531 enxaqueca. Nos 10 anos do estudo foram registados os eventos vasculares, tendo-se verificado que as participantes com enxaqueca tinham um risco aumentado de acidentes vasculares cerebrais e enfartes do miocárdio. Embora em números absolutos o risco seja baixo, é imperioso aconselhar as senhoras com enxaqueca a tratar os factores de risco, como deixar de fumar e controlar a hipertensão arterial.

Um grande progresso no tratamento da enxaqueca e da cefaleia em salvas será a utilização dos inibidores do CGRP (Calcitonin Related Gene Peptide). Foram publicados resultados dos ensaios de fase 2 na prevenção da enxaqueca episódica e crónica, sendo de realçar a excelente tolerabilidade e ausência praticamente total de efeitos indesejáveis. Aguardam-se com grande expectativa os resultados dos ensaios de fase 3 dos anticorpos contra o GCRP ou contra o seu receptor. Igualmente promissor foi o resultado do ensaio do ubrogepant (novo antagonista do CGRP) no tratamento das crises de enxaqueca.

Foi publicado o resultado de um estudo sobre o encerramento do foramen ovale em doentes com enxaqueca, tendo os resultados sido negativos. O encerramento do foramen ovale não deverá pois ser uma opção na terapêutica preventiva da enxaqueca.