quinta-feira, 14 de abril de 2016

Enxaqueca - Novos Medicamentos


O que são medicamentos bloqueadores do CGRP?


Os inibidores do CGRP (Calcitonin Related Gene Peptide) constituem uma nova classe de medicamentos para o tratamento da enxaqueca, quer das crises, quer como profilaxia, embora ainda não aprovados pelas autoridades de saúde. Os peptídeos são cadeias de aminoácidos, mais curtos que as proteínas. O CGRP é uma substância presente em muitos orgãos, incluindo o cérebro. Os seus efeitos são múltiplos, dependendo do alvo atingido. Quando é libertado à volta dos nervos cerebrais relacionados com a a enxaqueca, causam dilatação e inflamação dos vasos sanguíneos. Esta vasodilatação bem como a inflamação dos tecidos são provavelmente os responsáveis pela dor da enxaqueca. Esta nova classe de medicamentos dirigida para o CGRP, bloqueiam o peptídeo ou o receptor onde ele actua.
Estes medicamentos podem ser divididos em 2 grupos, o de maior diâmetro chamado anticorpo monoclonal, que não pode atravessar a barreira hematoencefálica e o de menor diâmetro que consegue atravessar a dita barreira, bem como chegar a outros orgãos. O grupo de maior diâmetro é constituído por medicamentos utilizados na prevenção da enxaqueca, sendo administrado de 2/2, 4/4 semanas ou ainda menos. Não têm sido relatados efeitos indesejáveis consideráveis, embora se desconheçam os possíveis efeitos em tratamentos de longa duração. Nos estudos efectuados têm diminuído a frequência de crises pelo menos em 50% e em alguns (1 em 6) as crises desapareceram por completo pelo menos em 3 meses. 
As pequenas moléculas, designadas gepants, têm sido estudados como medicamentos para tratar as crises. Conseguem atravessar a barreira hematoencefálica e chegar a outros orgãos como o fígado. Têm a grande vantagem sobre os triptanos de poderem ser utilizados em doentes com patologia vascular.

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Dores nos membros como manifestação de enxaqueca não reconhecida?

Embora as dores nos membros não sejam incluídas como manifestação de enxaqueca na classificação internacional de cefaleias, um estudo recente demonstrou que crianças e adultos poderão ter dores recorrentes nos membros, fazendo parte do espectro da enxaqueca. O estudo, apresentado no XXII World Congress of Neurology, que decorreu no Chile no final do ano transacto, revelou uma forma familiar de dores nos membros e enxaqueca. O estudo consistiu numa análise clínica prospectiva envolvendo 27 membros de uma família durante 8 anos. Os autores definiram enxaqueca com membro doloroso como uma dor intermitente no braço ou na perna durante um episódio de enxaqueca, cefaleia em salva ou enxaqueca-cefaleia em salva, sem outra explicação mas podendo ocorrer na ausência de cefaleia. A análise do "pedigree" mostrou um padrão de transmissão autosómico dominante, manifestando-se principalmente como dores nos membros em crianças e como enxaqueca nos adultos.