A depressão está associada a um aumento de risco de progressão para enxaqueca crónica (mais de 15 dias por mês com crises) em doentes com enxaqueca episódica, de acordo com um artigo publicado em Novembro último no Journal of Headache and Pain. Este estudo recebeu o prémio Enrico Greppi de 2012, patrocinado pela European Headache Federation e Italian Society for the Study of Headaches. A associação é significativa após se terem efectuado os ajustes para variáveis como características sociodemográficas, características das cefaleias, outras comorbilidades, alodínia, uso de antidepressivos e abuso de medicação.
O risco de transformação em enxaqueca crónica também aumenta com a gravidade da depressão, mesmo após ajuste das covariáveis. Os doentes com depressão moderada ou severa têm maior risco de transformação que os doentes se depressão ou com depressão ligeira.
Embora não sejam conhecidos os mecanismos que ligam a cronificação da enxaqueca à depressão, a identificação e o tratamento desta são preconizados. Aguardam-se estudos futuros que permitam determinar se o tratamento da depressão permitirá evitar a cronificação da enxaqueca.